Nestor Ribeiro Dantas foi assassinado à luz do dia na Feira do Produtor do Paranoá e duas parentes da vítima foram feridas durante os disparos. Crime foi motivado por vingança
A Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri do Paranoá obteve a condenação de Vanderlan Gama Queiroz por ser o mandante do assassinato de Nestor Ribeiro Dantas, pela tentativa de homicídio de outras duas mulheres e por erro de execução, por acabar atingindo terceira pessoa que não estava envolvida no caso. O julgamento ocorreu nesta segunda e terça-feira, 20 e 21 de outubro. O réu foi condenado a 26 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão, em regime inicial fechado.
De acordo com a Promotoria, os crimes ocorreram por motivo torpe (vingança pelo assassinato de um familiar); emprego de meio que resultou perigo comum (com disparos efetuados em feira livre); e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas (surpreendidas enquanto faziam compras na feira).
O promotor de justiça Daniel Bernoulli destacou a importância da condenação para a interrupção do ciclo de violência entre as famílias envolvidas. “O ódio entre as famílias já causou um rastro de destruição pelo país afora. No entanto, dadas melhores condições de investigação das nossas forças de segurança, aqui foi possível avançar na identificação não só dos matadores, como também do mandante. Levado a júri, a condenação de Vanderlan é um freio de inibição que a Justiça impõe à continuidade delitiva, com vistas a estancar a sangria e o extermínio dessas famílias”, afirmou.
No mesmo julgamento, o Conselho de Sentença absolveu Marciel Gama Queiroz, irmão de Vanderlan, que também havia sido denunciado pelo MPDFT como coautor dos crimes.
Rivalidade
Vanderlan e Marciel foram apontados como mandantes do assassinato de Nestor Ribeiro Dantas, de 54 anos, ocorrido em 3 de janeiro de 2021, na Feira do Produtor do Paranoá, local de grande circulação de pessoas. Durante a ação criminosa, Nestor foi morto a tiros por dois executores, enquanto a companheira e a nora da vítima ficaram feridas. Um dos disparos erroneamente atingiu uma mulher que não tinha relação com o conflito, e sobreviveu aos disparos.
Para a Promotoria, a motivação do crime está relacionada a uma rixa entre famílias originada na Bahia, após o assassinato de Iranildo, irmão de Vanderlan e Marciel. Os principais suspeitos do crime seriam os irmãos de Nestor. A dupla, então, jurou se vingar de Nestor e toda sua família, elaborando um plano de homicídio que contou com a contratação de dois executores e dois intermediários para recepcioná-los na Rodoviária de Brasília e repassar as informações logísticas quanto à rotina das vítimas.
Os intermediários e executores foram denunciados, mas o processo foi desmembrado por razões procedimentais. Um dos executores morreu, o outro permanece foragido, assim como os dois intermediários.
Além do DF
Segundo apurações relacionadas ao caso, os conflitos entre as famílias envolvidas resultaram em pelo menos outras cinco mortes registradas em diferentes estados do país, como Bahia, São Paulo e Goiás. As famílias rivais mudam de cidade com frequência na tentativa de evitar novos confrontos e episódios de violência.
Processo: 0700562-40.2021.8.07.0008
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