O MPDFT informa que todos os textos disponibilizados neste espaço são autorais e foram publicados em jornais e revistas.
Eles são a livre manifestação de pensamento de seus autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Instituição.
Sérgio Bruno Cabral Fernandes
Promotor de Justiça do MPDFT
Vinte de dezembro. Despertador, malas no carro, alvorada na estrada. Pai, mãe, filho ao encontro de avós, pais, irmãos e primos. Música, conversa, risos, lanche, água, gasolina, estrada. Freia, troca a marcha, seta, acelera. Trivial. O garoto pensa na troca de presentes de Natal e nos cavalos da fazenda. O motorista pensa no reencontro com os pais. A mulher olha para os dois pensativos e sorri. Carros, caminhões, céu, montanhas, árvores, vacas no pasto. Trivial. A vida passa pela janela. No sentido oposto, entre tantos, um carro surge querendo chegar ao destino antes de todos. Um pedaço de segundo, uma decisão errada, colisão frontal, explosão, fogo. Sonhos dilacerados. No asfalto, roupas espalhadas, animal de estimação inanimado, documentos, objetos pessoais e brinquedos sem dono.
Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
A tese de Roger Scruton é a de que degustações de vinhos às cegas não funcionam. São "enganosas", pois o que se apreende não é o sabor da bebida, considerado em si mesmo. O significado de um objeto só é apreendido "se temos a cultura e a fé para lhe conferir". Para o inglês, não saber o que se está tomando é como beijar uma mulher de olhos vendados, ou julgar um poema chinês pelo som, sem entender o idioma.