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Inácio Neves Filho
Promotor de Justiça do MPDFT

Mais grave que a corrupção que campeia desenfreadamente pelo nosso país tem sido a cultura sistêmica que vem se incorporando na alma do povo brasileiro, cada vez mais indiferente e complacente com a roubalheira ao erário público.

Movimentos contra a corrupção surgiram recentemente aqui e acolá, sem força, contudo, para sensibilizar a nação brasileira. A marcha anticorrupção deflagrada no último dia 15 de novembro foi um fiasco em todo o Brasil, reunindo 30 gatos-pingados em Brasília, 150 no Rio de Janeiro e 210 em São Paulo. Nas demais capitais não foi diferente. Pela liberação do uso da maconha e nas paradas gays o quadro é diferente. A última marcha da maconha reuniu 2 mil pessoas em Brasília e em São Paulo e 5 mil no Rio de Janeiro. A última parada gay contou com 50 mil pessoas em Brasília, 1 milhão no Rio de Janeiro e 4 milhões em São Paulo.

O que está por detrás dessa sangria desatada pró-maconha? Uma sociedade mais justa e fraterna passa pela liberação do uso de drogas? Penso que a marcha da maconha e as paradas gays teriam maior legitimidade se promovidas pelas mães dos simpatizantes respectivos. É que ninguém melhor do que a mãe para pleitear coisas boas para seus filhos.

O combate à corrupção, infelizmente, não é a principal bandeira de luta da sociedade atual. A indignação é muito mais pela injustiça na partilha do bolo roubado do que pela origem ilícita do alimento. Esse caos moral tem a ver com a falta de compromisso de nossos governantes com uma educação de qualidade que busque a formação moral do povo.

A tão festejada democracia baniu do currículo escolar a disciplina Educação Moral e Cívica, mas não conseguiu substituí-la por outra que primasse pela valorização da família, da ética e da honestidade, sendo certo que, no quesito "formação moral do aluno", a educação no Brasil engrenou marcha à ré.

Mas nem tudo está perdido. A cada um de nós compete investir na qualidade da nossa própria educação. Educar é a palavra de ordem. Essa marcha interessa a todos.

Jornal de Brasília

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