Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - A Michelle

MPDFT

Menu
<

Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

A Michelle é assim:
1 - Dizem que os serviços públicos são ruins. A burocracia, o desinteresse, os salários dos funcionários, dentre outros fatores, tornam-nos lentos e ineficientes, salvo honrosas mas escassas exceções. O contraponto dos serviços públicos são os particulares, onde se encontra boa qualidade, digna de encômios e emulação. Mas será assim mesmo? Diante de uma repartição pública ou de uma cadeia privada de lojas, o sentimento de frustração - o "ódio da impotência", como na paixão segundo o diabo de Bulgákov - não seria mais ou menos o mesmo? Não é até pior quando se está pagando do próprio bolso, não através de uma entidade um tanto abstrata chamada erário?

2 - O Estado não se apropriou da interpretação do interesse público e da promoção do bem-comum. Ele se apropriou do discurso, que é, todos os dias e a todo o instante, desmentido pela vida real. Na vida real, o "exercício do poder político coercitivo" é uma empresa particular que defende interesses particulares, sob o magnífico manto bespoken da "força legítima".

3 - A sede de vingança implica ao menos um "animus" que se deixa experimentar pela via direta. Esse "animus" é bem conhecido dos criminalistas e principalmente dos criminosos: "necandi" (matar), "furandi" (roubar), "rem sibi habendi" (apropriar) etc. Em uma palavra, "laedendi", que engloba todas eles. Mas a melhor vingança não é a da via direta quando o sangue está quente. Todos sabem que esse prato se come quando a temperatura já arrefeceu. Pensem.

4 - Talvez os homens busquem uma amizade perfeita tanto quanto um grande amor. Não falo de uma amizade como a de John e Paul. Estes eram companheiros, que conviveram de perto, desfrutaram da intimidade um do outro, e fizeram muita coisa juntos. Mas foi só. Amigos mesmo eram John e Stuart. Melhor amigo é o que já morreu.

5 - No artigo publicado em 12.9.2011, o título dado foi "Tessa e Michele". Falha minha. O nome correto seria "Michelle e Tessa". Aos leitores, peço as minhas mais sinceras desculpas.

Jornal de Brasília

.: voltar :.