O MPDFT informa que todos os textos disponibilizados neste espaço são autorais e foram publicados em jornais e revistas.
Eles são a livre manifestação de pensamento de seus autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento da Instituição.
Ivaldo Lemos Junior
Procurador de justiça do MPDFT
Paulo Honório, do romance “S. Bernardo”, de Graciliano Ramos, tinha uns 40 e poucos anos e pediu a mão de Madalena, de 20 e tantos. O enlace foi fruto de uma conveniência burguesa sinalagmática (herdeiros, estabilidade etc.), não de borbulhas apaixonadas. Mas, após uns 2 anos, ele começou a sofrer de ciúmes. Passou a acalentar um sentimento corrosivo que foi a causa da morte dela. Madalena era inocente – ou honesta, como se dizia antigamente --, e não aguentou mais ficar negando o que não existia. A versão desdemônica é contada pelo próprio Honório, depois do suicídio dela.
Ivaldo Lemos Junior
Procurador de justiça do MPDFT
O filme A lista de Schindler não é fácil de se assistir. Conduções forçadas de pessoas aos montes, humilhações, espancamentos, fuzilamentos, gaseamentos, exumações para fins de carbonização -- nada disso é agradável, ainda mais quando inflamado por gargalhadas de boches, que depois alegariam que apenas obedeciam os superiores; ordens são ordens. O fundo musical de John Williams suaviza o desconforto das cenas, que são fictícias, mas que causam impacto idêntico aos episódios verdadeiros. Passado quase um século, o mundo ainda tem dificuldade de acreditar em tudo o que aconteceu e o cinema ajuda na absorção da realidade.