A aplicação do projeto começou em agosto e está chegando ao fim com a cerimônia de premiação, no dia 15 de dezembro, das escolas que mais se destacaram na realização das missões.
Em 2022, 12 escolas da rede pública do Distrito Federal participam do NaMoral, que utiliza ferramentas inovadoras, principalmente de gamificação, para envolver estudantes e toda comunidade escolar na construção de um ecossistema de valores éticos. Para encerrar o ciclo de missões realizadas ao longo do projeto, cada unidade participante realizou a Expo Integridade, um evento cultural para compartilhar as vivências e fortalecer as lições de probidade e respeito.
Experiências
No CEF 10 do Guará, a Expo Integridade foi realizada na primeira semana de dezembro. Os estudantes se envolveram na decoração da quadra de esportes, organização de cadeiras, palco e instalação de som para o evento. Alunos e professores do 8º e 9º expressaram as reflexões e sentimentos vivenciados por meio do NaMoral com apresentações de arte, dança, música, poesia e depoimentos. A psicóloga e cantora Cláudia Melo falou sobre a valorização da vida e cantou uma música sobre amizade.
Representante da Regional de Ensino do Guará e pais de alunos marcaram presença. Carlos Eduardo de Oliveira Coelho, pai de uma estudante do 9º ano, representou as famílias e falou sobre a importância do projeto “para a formação de uma sociedade mais justa, solidária e também para cada aluno”. A promotora de Justiça Luciana Asper também esteve presente e ressaltou os objetivos do projeto, além de motivar os estudantes a continuarem semeando e buscando a honestidade.
Para animar o evento, foram convidados dois MCs para um show de rimas envolvendo as temáticas escolhidas pela comunidade e relacionadas às virtudes e aos valores do NaMoral. Se apresentaram MC Alves, ganhador da Batalha de Rimas nacional de 2021, e MC Singelo, participante das principais batalhas de rimas de Brasília.
Para a professora Simone de Oliveira, que atuou como facilitadora acompanhando o grupo de alunos do CEF 10 atuantes no NaMoral: “A Expo Integridade foi a exposição de muitas alegrias e de preciosas aprendizagens”, comemorou. A docente considerou a aplicação do projeto muito desafiadora e ressaltou a evolução e o engajamento dos estudantes. “Muitos começaram a mostrar novas habilidades, testaram seus limites. Vimos estudantes tímidos explorando mais a oralidade em público, alunos que tinham medo de estar diante de uma plateia, liderando grupos de ações; aluno indisciplinado, querendo ser útil; também ouvimos depoimentos de estudantes que entenderam o valor da ética e a urgência de lutarem contra a corrupção”, destacou.
Na visão da estudante Juliana do Nascimento, do 9º ano, o NaMoral ensinou muito sobre integridade, honestidade e valores importantes para toda a vida. “Cada parte do projeto foi inesquecível, tivemos alguns eventos maravilhosos e apresentações excelentes. Neste projeto, não tivemos apenas diversão, fomos além da nossa realidade, conhecemos crianças incríveis na Estrutural, onde fizemos doações para elas. Isso me fez sair da zona de conforto. Fico imaginando que esse projeto deveria acontecer em todas as escolas”, compartilhou.
No CEF 01 de Brazlândia, a Expo Integridade foi realizada juntamente com a Exposição da Diversidade, tradicional na unidade, no dia 19 de novembro. “Fizemos várias apresentações em que os meninos mostraram o protagonismo deles com atividades culturais, apresentação de Wushu que é o Kung Fu, de capoeira, desfile e uma fala sobre como foi participar do NaMoral”, conta a coordenadora Sarah de Oliveira Matos. A escola também foi decorada com mensagens para reforçar os princípios da honestidade, respeito, empatia, responsabilidade, tudo o que constrói o ecossistema da integridade.
Um dos pontos altos da exposição, foi uma apresentação musical de alunos ensaiados pela professora Denise Rodrigues, de Língua Portuguesa. Elas interpretaram uma música utilizando a linguagem de sinais. Outro momento importante foi a inauguração do espaço de leitura da biblioteca que foi restaurado como uma das missões do projeto. “Tivemos um grande envolvimento de alunos, não só do projeto, professores, coordenação, direção, que se empenharam para a revitalização que tornou o espaço aconchegante para a leitura”, destaca a coordenadora.
A professora de ciências naturais Marcela Rodrigues Santo acompanhou o grupo do CEF nas missões e relata que foi um grande desafio para todos, inclusive para ela, pois no início os estudantes ainda estavam pouco engajados com as atividades escolares. “Vejo que a relação entre eles melhorou. Não era um grupo com muitos elogios, e começaram a se destacar com suas atitudes. Com o passar do tempo no projeto, estão mais prestativos e envolvidos social e pedagogicamente”. A docente também relata que apesar de não terem atingido a meta de integridade na missão do pegue e pague, conseguiram fazer com que diversos alunos pensassem a atitude sobre seus atos.
Para a professora e para os estudantes participantes, uma missão muito especial foi a visita realizada a uma instituição de acolhimento de idosos. Os representantes do CEF 01 arrecadaram e levaram doações de alimentos e roupas. No local, conversaram, animaram os moradores da terceira idade, fizeram um bingo e auxiliaram nas marcações das cartelas. Foi um momento divertido e que aflorou a solidariedade. “Eu sou muito grata por estar neste projeto desde 2016, tenho certeza de que ativei a semente dos valores éticos em mim e contribui para que outras pessoas fizessem o mesmo. Participar do NaMoral é ver a transformação acontecer em sua escola, em casa, com os familiares, amigos, é fantástico”, compartilha a servidora do MPDFT e voluntária do projeto que atuou como facilitadora com o grupo do CEF01 de Brazlândia.
Jogo da integridade
O projeto “NaMoral” utiliza ferramentas inovadoras, principalmente de gamificação, que transforma o processo de aprendizagem em um jogo. A primeira missão, ou #missao1, foi a criação do herói da integridade para representar cada escola. Na #missao2, chamada de o herói busca os perrengues, foram aplicados questionários em 10 turmas da escola promovendo discussão e reflexão sobre a temática. A #missão3 consistia em ocupar os espaços da escola com cartazes, decoração, atividades e reflexões, transformando a escola numa Embaixada da Integridade. O Pegue e Pague foi a #missão4, com produtos colocados à venda e comprados sem interferência ou presença de vendedores, ao final os times mediram a taxa de integridade da escola. Na #missão5, os participantes foram desafiados a promover uma restauração de um espaço dentro da escola. Cada grupo de alunos embaixadores também participou de quatro rodas de conversas e realizou ao final a Expo Integridade.
Participam da edição 2022 do NaMoral, as escolas CEF 101 e CED 308 do Recanto das Emas; CEF Lobo Guará; CED 02 do Riacho Fundo; CEF 01 e CEF 03 de Brazlândia; CEF 02 de Ceilândia; CEF 03 de Planaltina; CEF 427 de Samambaia; CELAN, no Lago Norte; e CEF 01 e CEF 03 de Brasília. Para mais informações sobre o game, acesse o perfil oficial projeto (@namoralmpdft).
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