Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - Lançada campanha de combate à violência escolar

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O Promotor Rubin Lemos durante o evento. (Foto: José Evaldo Vilela)O Sindicato dos Professores do Distrito Federal lançou, na manhã desta quinta-feira, no auditório do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a campanha Quem bate na escola, maltrata muita gente. O objetivo é prevenir agressões e transformar a realidade, ainda marcada por episódios violentos. Um grupo integrado por professores, alunos, autoridades e pela sociedade civil organizada será formado e trabalhará pela promoção da paz. O Disque-Denúncia 0800 606 0505 foi criado e  passará a funcionar na próxima segunda-feira, 18 de agosto.

O Promotor de Justiça Rubin Lemos lembrou que, há mais de sete anos, o MPDFT começou a se sensibilizar para tratar o problema. Foi então criado o Grupo de Apoio à Segurança Escolar (GASE). “Formatamos e estruturamos mecanismos para trabalharmos juntos contra a violência e a favor da cultura da paz.”  O Coordenador do GASE destacou que a Organização das Nações Unidas avaliou o projeto, em 2005, e reconheceu que ele é eficaz e que deve ser replicado, não só no Distrito Federal, mas em todo o País. Uma das ações recomendadas pelo Promotor para lidar com a situação é a criação de Conselhos de Segurança Escolar em todas as escolas públicas. Hoje, 34 instituições de ensino do DF já contam com os conselhos, que envolvem pais, professores e a comunidade.

Presente ao evento, o Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, declarou que não basta combater a violência. Para ele, é preciso a conscientização de que uma cidade que cresce de maneira desorganizada traz grandes problemas. Ele exemplificou com o caso do Lago Oeste, condomínio irregular que tem, hoje, 100 mil casas. O Governador assegurou que não está sozinho no enfrentamento das dificuldades e agradeceu a valiosa contribuição do MPDFT na fiscalização e na vigilância das ações do Governo. O Promotor Rubin Lemos, o Governador José Roberto Arruda e o Vice-Governador Paulo Octávio. (Foto: José Evaldo Vilela)

Para a professora da 4ª série do Centro de Ensino Fundamental nº 4 do Lago Oeste, Neide Pereira Santana, o aumento nos índices de agressividade têm origem na falta de estrutura familiar. A professora ressalta que os pais precisam colaborar mais com os educadores, “impondo limites e passando valores a seus filhos”. A aluna Ana Cláudia Rocha, do 1º ano do Ensino Médio do CEF Lago Oeste, não reclama da segurança no colégio, nem mesmo no perímetro escolar. Ela afirma ter um medo maior de que a violência e as freqüentes ameaças façam com que professores e diretores desistam da escola e abandonem o ensino.

O CEF 4 do Lago Oeste passará a se chamar Centro de Ensino Fundamental Professor Carlos Ramos Mota. A inauguração da placa está marcada para dia 12 de setembro, data do aniversário do educador que foi assassinado em sua casa, por dois ex-alunos e um traficante, em 22 de junho passado. O educador combatia o tráfico de drogas no colégio. Rita de Cássia, esposa de Carlos Mota, avaliou positivamente o encontro. Para ela, ao conseguirmos sensibilizar autoridades e sociedade, temos a clara demonstração de que cada um de nós está preocupado em dar sua parcela de contribuição na luta contra a violência escolar.

O Deputado Distrital Chico Leite fez uma retrospectiva da época em que atuava como Promotor de Justiça em Ceilândia e criou o programa Paz na Escola. Segundo ele, naquela ocasião, aprendeu que a violência é um problema que começa em casa. Lembrou as palavras do filósofo francês Michel Foucault de que não podemos mudar o mundo todo, mas podemos mudar o mundo das pessoas com quem vivemos. “Nós precisamos fazer a nossa parte.” Chico Leite aproveitou o encontro para pedir aos presentes uma oração para o Promotor de Justiça Andrelino Bento Santos Filho, hospitalizado, ontem, em estado grave. Segundo ele, Andrelino é um marco no Tribunal do Júri e na história do Ministério Público. “Nossa cidade precisa de sua esgrima e de sua coragem por muitos anos mais”, disse o deputado.

Alunos e professores no auditório do MPDFT, durante o evento. (Foto: José Evaldo Vilela)Rosilene Corrêa, diretora de Comunicação do Sinpro/DF, salientou que, em audiências como a que ocorreu no MPDFT, a escola se contrapõe à situação de violência. “Esperamos aprender a lidar com o conflito. Diante do desafio, propomos parcerias para que cada um assuma esta responsabilidade”. Aos alunos, deixou o recado de que cabe a eles o dever de mudar para se ter um mundo melhor.

Segundo Luiz Eduardo Roriz, representante da Ordem dos Advogados do Brasil, seção DF, a OAB abrirá um espaço de discussão sobre a violência escolar. “Vamos trazer família e educadores com o objetivo de conscientizá-los, buscando erradicar a violência praticada nas instituições de ensino”. Lembrou aos estudantes que, naquele momento, eles  estavam presenciando um grande passo de cidadania em prol de um povo que busca uma sociedade melhor para se viver.

No centro, a professora Neide Pereira Santana, com os alunos da 4ª série (Foto: José Evaldo Vilela)A Secretária-Adjunta de Educação, Eunice Santos, agradeceu o MPDFT pelo apoio dado à secretaria no combate à violência e na promoção da paz na escola. O professor Davi Pureza, do Centro de Ensino Médio 414 de Samambaia, entregou ao Promotor Rubin Lemos um abaixo-assinado, com mais de 500 assinaturas, que pede solução para o problema de transporte de alunos, que não conseguem chegar na escola dentro horário adequado.

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