Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - MPDFT sedia instalação do Comitê de Combate à Tortura no DF

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Instalação do Comitê de Combate à Tortura no DFO Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) sediou, na tarde de 14 de abril, a reunião para instalação do Comitê de Combate à Tortura no DF. A instalação do comitê distrital é parte do Plano de ações integradas para prevenção e combate à tortura no Brasil. Em todo o país, 14 unidades federativas já aderiram ao plano. No Distrito Federal, o termo de adesão foi assinado em outubro de 2006 por representantes da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), do MPDFT, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção DF, do Centro de Assistência Judiciária do DF, do Conselho Distrital de Defesa dos Direitos Humanos, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF.

Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios, Leonardo Azeredo BandarraPara o Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Leonardo Azeredo Bandarra, o país ainda tem um longo caminho a percorrer no combate à tortura. “O dever de identificar e combater o problema é de todos nós. Devido à sua condição geográfica, que possibilita uma mobilização célere e eficaz, o DF pode dar o exemplo, implementando um projeto piloto de combate à tortura que possa ser reproduzido nos estados”, defendeu. Bandarra sugeriu, como próximo passo, que as instituições signatárias do termo de adesão indiquem formalmente um representante e um suplente para integrar o Comitê de Combate à Tortura no DF. 

O Ouvidor-Geral da SEDH, Fermino Fecchio, representou o Ministro Paulo de Tarso Vannuchi. Fecchio destacou que o debate contra a tortura envolve a necessidade de profundas mudanças culturais. “Há aproximadamente 430 mil presos no Brasil. Se fosse possível fazer uma pesquisa, ficaríamos surpresos com o número de condenados com base em confissões obtidas sob tortura”, afirmou. Para reverter esse quadro, é preciso que os poderes públicos se mobilizem para conscientizar a sociedade e continuem investindo em ações como a implementação dos comitês estaduais.

Coordenador da Comissão Permanente de Combate à Tortura e à Violência Institucional da SEDH, Pedro Luís Rocha MontenegroO Coordenador da Comissão Permanente de Combate à Tortura e à Violência Institucional da SEDH, Pedro Luís Rocha Montenegro, apresentou o Plano de ações integradas para prevenção e combate à tortura no Brasil, que tem como objetivo principal maximizar o respeito à dignidade da pessoa humana. Ele explicou que, além de garantir a punição aos torturadores, é preciso investir em ações preventivas. “Depois que a tortura acontece, as sequelas para a vítima são irreparáveis”, disse. Ele também destacou a necessidade de articulação das políticas públicas: “Não é suficiente que cada entidade – Polícia, MP, Poderes Judiciário e Executivo, sociedade civil – faça sua parte. Se as partes não se entenderem, a política falhará.” 

Segundo Montenegro, entre os maiores desafios estão a baixa capacitação dos agentes públicos e a falsa crença de que a tortura apresenta resultados práticos imediatos. “A luta contra a tortura no Brasil é de longa duração. Temos que enfrentar questões históricas e culturais, superar a lembrança das ditaduras e a cultura da impunidade. Se não houver um esforço contínuo e permanente, o problema voltará, mesmo depois de erradicado.” Ele sugeriu que, na próxima reunião do Comitê, os integrantes participem de oficina sobre perícia forense em crime de tortura.

Promotores de Justiça Denise Sankievicz e Celso LeardiniPara o Promotor de Justiça Celso Leardini, integrante dos Núcleos de Combate à Tortura e de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial do MPDFT o número de torturadores no DF é pequeno, mas pode aumentar se a prática não for reprimida. “O problema existe, a tortura ainda é utilizada como técnica de investigação e combate ao crime, e muitas vezes encontramos dificuldade para produzir provas.” Leardini lembrou a necessidade de ações efetivas de prevenção, para que os espaços públicos onde as pessoas são detidas inibam a prática da tortura.

O Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Valmir Lemos de Oliveira, reforçou a importância de ações que contribuam para a prevenção da tortura, a apuração efetiva dos casos e a aplicação de sanções que afastem o risco da impunidade. “Já foram instalados sistemas de monitoramento em 180 viaturas policiais do DF. Até meados de 2010, teremos mais de 900 viaturas monitoradas, o que trará mais garantias tanto para os detidos quanto para o trabalho dos agentes policiais.” Entre as ações planejadas pela Secretaria, destaca-se ainda a instalação de câmeras em todas as delegacias do DF. 
 
Também participaram da reunião os Assessores de Políticas Institucionais do MPDFT, Dênio Augusto de Oliveira Moura e Libanio Alves Rodrigues, os Promotores de Justiça Luciana Asper Y Valdes, Dicken William Lemes Silva e Marta Alves da Silva; e representantes do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção DF, do Centro de Assistência Judiciária do DF, do Conselho Distrital de Defesa dos Direitos Humanos, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF, e da Polícia Rodoviária Federal.

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