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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

Será que alguém vai redigir um manual de etiqueta para autoridades insultadas em locais públicos? Capítulo 1, restaurante; capítulo 2, aeroportos; módulo avançado, dentro da aeronave. O que fazer? Apressar o passo? Dar trela? Reagir? Rir? Chamar a polícia? Uma vez, o falecido deputado Sergio Naya – que, perdoem-me a franqueza, não entrou para história do Brasil como exemplo máximo de honradez –, foi vítima de um cidadão que perdeu a cabeça ao vê-lo (um prédio da construtora do ex-deputado ruiu, deixando mortos e desabrigados). O cidadão chamou Naya de “assassino” e ele retrucou à altura: “sua mãe”.

Convenhamos, as pessoas não gostam de políticos. Embora tal classe de pessoas seja escolhida pelo povo, é percebida, grosseiramente, como desonesta, preguiçosa e privilegiada. O próprio presidente Jair Bolsonaro, que costumava ser carregado nos braços aos gritos de “mito” (fato raríssimo, talvez único, no cenário político), não é unanimidade, e sim é detestado por outros tantos. 

Ele sofreu atentado durante a campanha eleitoral e não faltou quem comemorasse o fato e até desejasse que a facada tivesse sido fatal.

Mais recentemente, juízes passaram a ser vítimas de impropérios. Isso não acontecia anos atrás e, na realidade, magistrados eram pessoas totalmente desconhecidas do grande público. A maioria continua sendo. Um ministro do STJ ou um desembargador pode circular em lugares públicos sem nenhum receio de ser reconhecido e hostilizado. 

O foco maior das atenções é o STF, mais exatamente três ou quatro ínclitos componente daquela casa.

Será que ministro Lewandowski deveria ter respondido como Naya no episódio do avião? Ou deveria ter agido como Hercule Poirot que, diante da acusação de ser um “francês idiota”, pediu mais respeito e exigiu: “francês idiota não. Belga idiota!”.

Jornal de Brasília - 24/4/2019

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