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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça

"Uma pessoa pública ouve coisas inverídicas e desagradáveis", disse Dr. Ivo Pitanguy a um jornal de circulação nacional em edição de 24.4.2010. Ele estava se referindo a comentários de que teria mal de Parkinson - o que o impediria de exercer a função de cirurgião plástico -, e o que rechaçou, afirmando que não treme e tem a mão "bem firme".

Também sou uma pessoa pública mas, apresso-me a frisar, não no mesmo nível do Dr. Pitanguy. Este pode se orgulhar de seus números, que são fantásticos: 60 anos de profissão, com 65 mil cirurgias realizadas; 500 médicos, de 50 países, que ajudou a formar; 2.200 conferências mundo afora. O fato de cobrar R$ 800,00 por consulta me soa como a coisa mais natural e previsível do mundo. No caso de um médico desse calibre, não parece nada ganancioso.

Sou uma pessoa pública não por ter um currículo que se compare ao do Dr. Pitanguy, mas por ser um promotor de justiça, um "agente político do Estado", como se diz, ou um funcionário do Estado, como prefiro eu mesmo. Um reles funcionário; um dentre muitos outros. Mas tenho a incumbência de cuidar de questões importantes no Distrito Federal, de atos e contratos governamentais de relevância, custos elevados e interesses ferozes. Sou autor de processos judiciais em desfavor de Governadores e numerosos Secretários, diretores de estatais, autoridades em geral, grandes empresas e grandes empresários.

Integrante de umas das Promotorias de Defesa do Patrimônio Público, tenho a plena consciência de que, no melhor estilo "quem está na chuva...", o desempenho combativo (i.e., não preguiçoso, pusilânime ou conivente) das funções traz uma série de incômodos pessoais, que vão de defesas advocatícias bastante agressivas, passam por representações disciplinares e chegam a "coisas inverídicas e desagradáveis" de todos os tipos. Não basta ser honesto; nem aparentar ser honesto basta. Como o Dr. Pitanguy, mutatis mutandis, também temos que ouvir que a nossa mão é trêmula e inoperante.

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