Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - MPDFT participa de seminário contra violência sexual

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De acordo com levantamento apresentado pelo Nepav, até os 9 anos de idade, são os meninos que sofrem mais violência. Após essa idade, a maioria das vítimas são meninas

seminario TAV materiaDiscutir formas de melhorar o combate ao abuso sexual, desde a prevenção até o acompanhamento posterior, foi o objetivo do seminário da Rede TAV sobre o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, realizado na última sexta-feira, 29 de julho, na Faculdade Processus, em Águas Claras. O MPDFT esteve presente no evento para explicar como funciona sua atuação nesses casos de violência. A Rede TAV é composta por instituições parceiras e profissionais especializados que atuam em Taguatinga, Águas Claras e Vicente Pires.

Na abertura do seminário, a titular da 2ª Promotoria de Justiça de Violência Doméstica de Taguatinga, Ana Carolina Marquez, ressaltou a importância do trabalho em rede. “Vejo que essa rede vem se fortalecendo e aumentando, o que é fundamental, pois não há possibilidade de trabalhar sozinho, principalmente com esse tema tão doloroso e difícil que é a violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes. Por isso, é preciso que todos estejam juntos e com o mesmo propósito, pois a pessoa violentada vai passar por esta rede por um longo período. E mesmo sendo uma atitude que a sociedade rejeita, quando tomamos conhecimento por uma criança de que ela foi abusada sexualmente, em geral o comportamento dos adultos é desacreditar ou tentar esconder, e precisamos reverter isso”, enfatizou.

A juíza de Violência Doméstica de Taguatinga, Luciana Lopes Rocha, lembrou que a Lei Maria da Penha, que está completando dez anos, é considerada a terceira melhor lei desse aspecto no mundo, só perdendo para a do Chile e a da Espanha. A magistrada apresentou o Programa Maria da Penha vai à Escola, pois, segundo ela, são os professores que percebem, na maioria das vezes, o abuso contra crianças.

O projeto, iniciado em Ceilândia em 2014, está concorrendo ao Prêmio Innovare e tem como objetivo a promoção e a divulgação da lei nas escolas. “É necessário desconstruir essa hierarquia de gênero, que legitima a prática de violência pela figura masculina, inferiorizando a feminina. É preciso erradicar o machismo desde a educação infantil. O professor deve estar preparado para perceber quando há um caso de violência infantil, mas deve encaminhar ao Conselho Tutelar, para que este faça uma correta escuta e essa criança não tenha de repetir seu relato às várias partes que compõem a rede, revivendo diversas vezes a mesma dor”, afirmou.

Vítimas

A professora e coordenadora do curso de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Sílvia Renata Magalhães, foi convidada para mostrar o impacto da violência sexual no desenvolvimento psicológico de crianças e adolescentes. Segundo ela, qualquer tipo de violência produz impacto no desenvolvimento, mas os efeitos dependem de fatores. Segundo a pesquisadora, a maioria das vítimas são polivitimizadas, ou seja, não são atingidas apenas por um único tipo de violência.

Para ela, a grande dificuldade é que a criança e o adolescente que sofrem violência não conseguem reconhecer a violência: “O que é transmitido em casa é o padrão que ela conhece, então ela o internaliza. O que acontece na violência sexual não é óbvio. A vítima sente o desconforto, mas nem sempre sabe nomear que aquilo foi uma violência, podendo perceber apenas muito tempo depois, principalmente ao ouvir outros relatos. A criança e o adolescente muitas vezes dão pistas que não são compreendidas, então acabam tentando naturalizar, ou seja, acham que é normal que aconteça, e desistem de lutar contra. Se eles só conhecem aquele modelo, precisamos oferecer outros modelos para que eles se inspirem”.

O Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância a Violências (Nepav) apresentou dados estatísticos locais referentes à violência contra crianças e adolescentes, que mostram que, até os 9 anos de idade, são os meninos que sofrem mais violência. Após essa idade, a maioria das vítimas são meninas. A violência sofrida pelos meninos costuma ser física e, a partir dos 10 anos, quando a menina começa a apresentar as mudanças da puberdade, a violência sofrida por elas é sexual. Na série histórica, nos últimos anos, 49,6% de situações de violência ocorreram nas próprias residências das vítimas.

Também participaram do seminário representantes da Superintendência da Região Sudoeste de Saúde, da Secretaria de Desenvolvimento Social, da Regional de Ensino de Taguatinga, do Núcleo de Prevenção e Assistência a Situações de Violências (Nupav), do Programa de Atenção à Violência (PAV), da Polícia Civil, do Programa Vira Vida, do Conselho Tutelar, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

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