Projeto começou em 2014 e a formatura da primeira turma foi realizada em maio do último ano
Uma longa viagem no universo das letras. A jornada que começou quase 20 anos atrás encontra caminhos cada vez mais significantes. Essa é a história de Isabel Cristina Carvalho de Souza, de 43 anos, que, na próxima terça-feira, 31 de maio, será uma das formandas junto com a segunda turma do projeto "Vivendo e aprendendo".
Desenvolvido pela Promotoria de Justiça de Defesa da Educação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o projeto deu a chance a adultos que não tiveram a oportunidade de iniciar ou dar continuidade aos seus estudos pudessem concluir a alfabetização. Isabel foi uma dessas pessoas. Vinda da roça, no interior do Maranhão, em uma pequena cidade, já quase na fronteira com o Piauí, chamada Timon, ela e suas seis irmãs não tiveram acesso facilitado à escola quando criança.
Entre trabalhar, ajudar a mãe e caminhar quilômetros até a escola, o estudo ficou em segundo plano e tanto Isabel quanto suas irmãs chegaram ao Distrito Federal com muitas dificuldades para ler e escrever: habilidades fundamentais para empreender outros aprendizados. “Quando cheguei aqui, com 25 anos, só tinha feito até a 3ª série e fui logo trabalhar como doméstica. Até procurei um supletivo, mas ainda achava complicado escrever palavras com ss ou z”, relembra.
Para a idealizadora do projeto, a promotora de Justiça Márcia Pereira da Rocha, o trabalho é um marco inovador na história do Ministério Público brasileiro, conseguindo, nesta segunda edição, ser estendido também aos funcionários terceirizados do TJDFT. “Nós contamos com a coordenação pedagógica de uma servidora da Secretaria de Educação e a valorosa participação de servidores e promotores do MPDFT, que abraçaram a causa. Nossos alunos, ao longo dos últimos oito meses puderam acreditar em novas perspectivas e ter acesso à realização de sonhos que até então eram inimagináveis. O MP supre, então, uma lacuna que existia em uma de suas atuações de cidadania”, considera.
Quando Isabel Cristina decidiu participar do projeto "Vivendo e aprendendo" sabia que o conhecimento era um caminho sem volta. Mas sabia também que o destino poderia ser bem melhor. Ela conclui: “Aproveitei a oportunidade de relembrar e aprender outras palavras novas, tirar dúvidas e ainda ganhei segurança para escrever no WhatsApp. Esse projeto foi uma oportunidade ótima, tivemos professoras muito pacientes, fizemos amizades e comecei a pensar em voltar a estudar e fazer coisas novas”.
Serviço
Formatura "Vivendo e aprendendo"
Data e hora: 31 de maio, às 14h30
Local: Mezanino do Bloco B do Edifício-Sede do MPDFT - Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2
Secretaria de Comunicação
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