Depois da implantação do programa em Campo Grande (MS), onde ele surgiu, a evasão escolar reduziu em 80%
A evasão e a violência escolar são problemas conhecidos da comunidade de Samambaia. O Ministério Público está atento e luta para mudar essa realidade. Nesta quarta e quinta-feira, 2 e 3 de março, as Promotorias de Justiça de Defesa da Infância e Juventude da cidade apresentaram o Programa de Conciliação para Prevenir a Evasão e a Violência Escolar (Proceve) para cerca de 300 pais e educadores das escolas CEF 411 e CEF 507. Criado em 2009, a iniciativa foi idealizada pelo promotor da Infância, Adolescência e Juventude de Mato Grosso do Sul Sérgio Harfouche, que esteve pessoalmente conduzindo os encontros e partilhando experiências.
A escolha das escolas foi definida após reunião com a regional de ensino da cidade e pelo interesse dos diretores educacionais. A promotora de Justiça Natalia do Carmo explicou que a intenção é levar o programa para todas as escolas de Samambaia. “É uma proposta preventiva que conjuga esforços e responsabilidades entre pais, alunos e escola, em parceria com a Promotoria”. O promotor de Justiça Marcos Antônio Julião comentou que, ao fortalecer a resolução de conflitos dentro da escola, evita-se a via judicial. “Queremos que a comunidade escolar tenha ferramentas para que um problema de indisciplina não se torne um ato infracional. Quando o problema é possível de ser resolvido dentro da própria escola, não é preciso envolver a delegacia”, enfatizou.
Ao final dos encontros, os promotores de Justiça conversaram com os educadores e pais para esclarecer dúvidas quanto à implementação do Proceve nas escolas. O diretor do CEF 507, Elisson Santos, ficou otimista. “Estou na escola desde 2008 e temos um grave problema porque estamos localizados em uma mancha de criminalidade e tráfico de drogas. Hoje, muitos alunos não querem estudar aqui. Precisamos mudar essa realidade”, reforçou o diretor.
Proceve – Durante a palestra, o promotor Sérgio Harfouche apresentou o programa que ele desenvolve no Mato Grosso do Sul. A proposta dos encontros é aproveitar a presença de pais e educadores para que conheçam e aprovem mudanças no regimento escolar, a fim de que o adolescente repare o mal cometido em ambiente educativo. “O projeto é um resgate de papéis, no qual cada um precisa entender sua responsabilidade. Os pais devem educar e criar. Já a escola é responsável por ensinar. E, dentro da escola, o aluno tem de reparar o erro cometido, seja uma sujeira, algo que quebrou ou alguém que ofendeu”, pontuou.
Sobre a experiência com o Proceve, Harfouche disse que depois da implantação do programa em Campo Grande (MS), a evasão escolar reduziu em 80%. “O programa funciona porque empodera e cria uma pareria que envolve toda a comunidade escolar”, concluiu.
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