Que o hábito de fazer refeições em família é um fator protetor quanto ao uso de substâncias para as adolescentes?
Estudo realizado nos EUA sugere que o hábito de fazer refeições em família é um fator protetor ao uso de substâncias para as adolescentes
As características de convívio familiar são importantes para a construção de hábitos saudáveis entre os jovens. Alguns estudos apontam que adolescentes que regularmente fazem refeições em companhia de seus familiares, tendem a consumir alimentos com melhores valores nutritivos (como frutas e vegetais) e a apresentar menos comportamentos de risco como a prática de violência.
Um estudo longitudinal realizado nos EUA investigou, através do acompanhamento de 806 adolescentes de Minnesota, a associação entre o hábito do jovem de participar das refeições em família e o uso de álcool, tabaco e maconha. Os adolescentes foram entrevistados em dois momentos distintos, sendo que a segunda entrevista ocorreu cinco anos após a primeira. Algumas outras variáveis foram levadas em consideração, como a classe socioeconômica e a ligação familiar (se o jovem sente que pode contar com seus pais). As garotas que, na primeira entrevista, relataram terem feito na semana cinco ou mais refeições com a família apresentaram, cinco anos depois, cerca de metade da chance de uso de tabaco, álcool e maconha no tempo da segunda entrevista. Já entre os garotos, o fato de terem feito refeições em família não alterou significativamente os índices de uso de substâncias.
Os resultados deste estudo sugerem que fazer refeições com a família regularmente pode ser um fator protetor em longo prazo quanto ao uso de substâncias. Entretanto, os autores abordam como fundamental a necessidade de se investigar mais profundamente as características deste hábito. Uma questão a ser melhor compreendida, por exemplo, é o porquê este comportamento tende a ser mais protetor para as garotas do que para os garotos.
Eisenberg ME, Neumark-Sztainer D, Fulkerson JA, Story M. Family Meals and Substance Use: Is There a Long-Term Protective Association? Journal of Adolescent 2008; 43:151-156.
Matéria retirada do site: https://200.144.91.102/cebridweb/conteudo.aspx?cd=636