Para Caesb, ainda é cedo para falar sobre fim do racionamento

Depois do início da crise hídrica, a água se tornou uma grande preocupação para quem mora na Capital. Nesta quinta-feira, 1º de março, atendendo o convite da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema), o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, prestou informações sobre as ações e os projetos da companhia. Mais de 40 integrantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do Poder Judiciário participaram da reunião.

Ao abrir a apresentação, Maurício Luduvice explicou que um dos grandes desafios é abastecer uma população que não para de crescer, com previsão de aumento de mais de 300 mil habitantes nos próximos quatro anos. Uma das estratégias da Caesb é reforçar o sistema Torto-Santa Maria, além de buscar outras fontes. “Em 2015, começamos a investir no Corumbá. Como toda grande cidade, teremos de buscar água cada vez mais distante”, disse.

O acordo feito com a companhia de água do Goiás, a Saneago, prevê que cada uma ficará com 50% da água captada, podendo ceder para a outra o que não for utilizado. “Não dá para depender apenas do Descoberto e de Santa Maria. Precisamos reduzir a dependência deles. A perspectiva é de aumento de 53% da capacidade de produção até 2034”, explicou.

Desafios ambientais

Os promotores de Justiça questionaram a falta de investimentos em projetos de proteção de nascentes, o aumento de assoreamento e a qualidade da água captada no Lago Paranoá. O presidente reconheceu o problema do assoreamento no lago, especialmente no braço do Riacho Fundo, mas ressaltou a qualidade da água captada no Bananal.

Segundo Maurício Luduvice, os resultados de controle de qualidade da água captada no Paranoá são ótimos, e que, apesar de construído de forma emergencial, o novo sistema será permanente. Ele também concordou com o alerta feito diversas vezes pelo MPDFT sobre a ocupação desordenada do solo em regiões como Vicente Pires, Ponte Alta e Sol Nascente. Essas situações foram citadas como vetores que contribuíram para o agravamento da crise hídrica.

Os promotores de Justiça também questionaram sobre a previsão de novos reservatórios para o Sistema Sobradinho-Planaltina. De acordo com o representante da Caesb, essas obras ainda não estão nos planos da empresa.

Outros temas levantados pelos promotores de Justiça foram o índice de perda de água; os investimentos realizados para melhorar a eficiência do sistema de abastecimento; os investimentos futuros em esgotamento sanitário; o problema da exportação de esgotos para fora da bacia do Paranoá e a ausência de politica de reúso das águas.

Fórum Mundial da Água

Entre os dias 18 e 23 de março, Brasília sediará o maior encontro sobre água do planeta. Mais de 7,5 mil pessoas de 150 países já confirmaram presença. O fórum terá mais de 300 sessões temáticas e trará para a capital grandes especialistas sobre o tema. Estão previstos debates sobre mulheres, indígenas, diversidade, rios urbanos, agricultura familiar, áreas úmidas, saneamento, mudanças climáticas e energia.

8º Fórum Mundial da Água

Data: 18 a 23 de março

Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães e Estádio Nacional de Brasília

Para mais informações, visite o site oficial do evento.

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