Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - Rede de proteção debate atendimento em unidades de acolhimento

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eventoA situação de crianças e adolescentes com vivência nas ruas esteve no centro da roda de conversa “Se essa casa fosse minha...”, realizada na manhã desta segunda-feira, 5 de setembro, na Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e Juventude. Integrantes da rede de proteção à criança e ao adolescente do Distrito Federal tiveram a oportunidade discutir políticas públicas e estratégias de atuação no atendimento aos jovens. Esse foi o primeiro de diversos encontros que serão organizados pela rede para debater o tema e propor soluções.

O evento foi mediado pela pesquisadora e servidora da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social Lívia Fernandez, que utiliza técnicas de teatro em seu trabalho com jovens em situação de vulnerabilidade social. A peça teatral “Meninos da Guerra” foi um dos resultados da pesquisa de mestrado desenvolvida por ela. Os atores são adolescentes em situação de vulnerabilidade social que vivem em instituições de acolhimento. No espetáculo, são discutidos temas como violência policial, exclusão social e racismo. “O comprometimento deles durante toda a montagem foi impressionante. Eles mostraram que são capazes”, acredita.

Debates

Há muitos desafios no atendimento aos jovens com vivência nas ruas. Segundo a promotora de Justiça Luisa de Marillac, o tráfico de drogas é um dos mais preocupantes. “Quando o sistema de proteção não consegue dar respostas efetivas, o tráfico passa a ser uma opção para os jovens”, afirmou. Para ela, a atuação conjunta com a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social é fundamental. “A proteção de crianças e adolescentes é um trabalho para todos nós.”

A subsecretária de segurança cidadã, Joana Mello, concorda. “Queremos ouvir os jovens em situação vulnerável e trabalhar em conjunto com outros atores”, explicou. Ela também garantiu que a pasta estará representada nos encontros realizados pela rede de proteção. “Queremos colher dados, orientações e sugestões”, concluiu.

As professoras Irene Rizzini, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e Analía Batista, da Universidade de Brasília (UnB), trouxeram para a roda de conversa suas experiências de pesquisa. Irene Rizzini, que também é diretora do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (Ciespi), apresentou um histórico das instituições de internação de jovens no Brasil. Ela acredita que houve um processo de desumanização da população de rua. “Há um imenso desperdício do potencial de crianças e adolescentes. Ninguém pode viver no limbo”, defendeu.

Para a professora Analía Batista, que pesquisa o trabalho de cuidado em instituições como unidades de acolhimento, lares de idosos e prisões, os profissionais que realizam essas atividades têm formação deficitária e acabam sendo capacitados no dia a dia. “Essa realidade pode levar à reprodução de práticas nocivas”, acredita. O desprestígio social do trabalho de cuidado também tem consequências negativas. “O grupo de trabalhadores tende a se fechar para criar coesão, o que leva ao surgimento de segredos profissionais”, explicou a professora.

Histórias de vida

O ponto de vista dos jovens em situação de vulnerabilidade foi apresentado pela agente social Iara dos Anjos Santana e pelos adolescentes João Vítor Barbosa e Patrício Alves, atores da peça “Meninos da Guerra”. Iara viveu durante 15 anos nas ruas, sofreu abuso e exploração sexual, usou e traficou drogas. “Eu vivia entre a instituição e a rua, nunca parava em lugar nenhum. Minha vida mudou quando encontrei um lugar que eu senti que era minha casa, não um abrigo”, contou.

E o que é um abrigo ideal? Patrício acredita que as instituições precisam de estruturas melhores. Para João Vítor, o melhor abrigo é aquele que se parece com uma casa. “Quero ter meu cantinho, meu armário, um momento para ser ouvido”, explicou.

Também participaram da roda de conversa representantes do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, da Secretaria de Educação, do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário e do Ministério da Saúde, além de integrantes de conselhos tutelares, de instituições de acolhimento e de organizações não-governamentais.

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