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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

1 - Se alguém disser que “felicidade é um direito”, pergunte: que tipo de direito? Subjetivo ou potestativo? Se a pessoa nunca tiver ouvido falar nisso (o assunto remonta a uma célebre discussão jurídica travada em meados do século 19), é melhor encerrar a conversa. O leigo tem uma noção do que significa “ter direito”, que é, basicamente, “estar na lei”. Essa noção não está errada, mas incompleta. O estudioso sabe que a coisa é muito mais complexa. Quem quiser compreender melhor tudo isso pode ler o trabalho acadêmico intitulado “A estrutura estática e a dinâmica do direito subjetivo”, do advogado Gustavo Lima Braga. Por ora, digo apenas o seguinte: se soubesse que felicidade era um direito, eu teria processado a Ana Paula Arósio para se casar comigo, uns 25 anos atrás. Agora não quero mais. Nas entranhas do meu coração, esse direito caducou.

2 – Na verdade, felicidade não é direito nem direito é felicidade. Tem nada a ver uma coisa com a outra.

3 – Nós escutamos durante muito tempo que a Amazônia é o pulmão do mundo. Em razão de sua fantástica diversidade vegetal, o bioma de fato produz uma quantidade gigantesca de oxigênio, mas ele não é exportado para o restante do planeta. Narizes japoneses, suecos ou mexicanos não o aspiram. Aquele oxigênio todo fica por ali mesmo, na floresta. Essa história de pulmão do mundo é coisa totalmente ultrapassada. Mas o Leonardo di Caprio (um ator fora de série) tascou essa na semana passada. Leo, para de falar bobagem.

4 – Talvez seja um pouco de mau gosto, mas não vou negar que me agrada quando o noticiário divulga alguma tentativa frustrada de furto, em que o ladrão fica preso em uma grade ou na chaminé. A equipe de filmagem chega e o sujeito ainda está lá, entalado, com cara de tacho. Com cara de “felicidade é direito”, com cara de “amazônia pulmão do mundo”. É muito bom!

Jornal de Brasília - 28/8/2019

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